Ídolo da torcida do Santa Cruz, Catatau revela que teve Proposta do Corinthians, mas decidiu ficar no Santa Cruz, saiba tudo da história do homem mais veloz do Arruda!
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Catatau é massagista do Santa Cruz e Enfermeiro Reprodução/Internet |
Famoso pelas corridas na beira do campo, massagista do Santa Cruz é admirado até pelos torcedores rivais
Ser uma estrela no futebol é pra poucos. Quem dá autógrafos, recebe aplausos e tira fotos com torcedores são os jogadores. Vez ou outra, vá lá, os técnicos. Quem trabalha fora dos holofotes nunca é lembrado. A não ser que seu nome seja Fernando José Mendes, ou apenas Catatau.
O massagista do Santa Cruz é uma celebridade no Recife. Distribuir autógrafos e posar para selfies com fãs é atividade comum para esse figura de 54 anos. E a razão para todo esse sucesso não tem necessariamente a ver com o seu ofício.
Funcionário do Santinha desde 1998, Catatau aparece quase sempre na hora de uma substituição. Ele é o cara responsável por chamar os jogadores que estão em aquecimento. Só que a maneira como ele faz isso é que o tornou um mito.
Catatau sai em disparada para acionar os atletas, atravessando toda a área técnica em alta velocidade. Cena essa que se repete desde o início dos anos 2000, e que já virou marca registrada nos jogos do Santa.
"Precisava achar um jeito de incentivar o jogador, fazer com que ele encarasse aquele jogo como uma decisão. Engraçado é que quando eu saio correndo, os jogadores ficam na expectativa para saber quem eu vou chamar", disse Catatau em um bate-papo com.
"Corro desde moleque. No colégio até ganhei alguns troféus, mas nunca pensei em ser atleta. Hoje em dia faço minha corrida no Arruda."
Nessa brincadeira, Catatau já até mudou involuntariamente a decisão do treinador. "Certa vez o técnico disse 'Morais', e eu apenas fui. Só que o elenco do Santa Cruz tinha dois Morais. O certo era o Danny, mas eu chamei outro Morais, que entrou e fez o gol. Meu erro mudou o jogo", contou, entre risos, o massagista, que não se preocupa muito com os obstáculos quando arranca do banco de reservas.
"Teve uma vez que derrubei um monte de gente, repórter, câmera, PM. Eu foco apenas no caminho que tenho que fazer. E olha que ainda avisei para saírem da frente."
"Não durmo, só descanso"
Além da função que ocupa no Santa Cruz, seu time de coração, Catatau é também enfermeiro do Hospital Maria Lucinda, que fica no bairro de Parnamirim, região central de Recife. Ele não tem tempo nem de mudar a chavinha de um trabalho para o outro. É do Santa Cruz pra casa, para por, no máximo, três, quatro horas, e de lá parte para o hospital, onde passa a madrugada. Dormir não é pra Catatau.
"Não durmo, só descanso. Paro um pouco em casa, repouso, e já volto pro trabalho. Faço tudo isso com prazer. Nunca reclamei dessa rotina que levo."
Catatau da massa
Se tem uma coisa que une as torcidas de Santa Cruz, Sport e Náutico é Catatau. O massagista é tão bem quisto na cidade que é parado na rua por torcedores dos outros dois clubes grandes da região. "Comigo não tem essa de rivalidade. Torcedores do Náutico e do Sport vêm me cumprimentar. O importante é fazer o bem. Eu faço o bem, e é por isso que os torcedores dos outros times gostam de mim."
Idolatria que virou funk. A dupla Shevchenko e Elloco lançou este ano a música "Passinho do Catatal" (sim, com 'L'), cujo refrão diz "Quando o treinador chamar, ele obedece, dá um pique, um tapa nas costas e fala aquece". Uma pérola do cancioneiro popular.
Na boa e na ruim
Catatau já viu, ouviu e viveu de tudo um pouco no clube. Os acessos à elite em 2005 e 2015 e a conquista da Copa do Nordeste em 2016 estão entre as maiores alegrias. Por outro lado, a queda para a Série D, em 2008, abateu como nunca antes.
Mas foi neste contexto que Catatau descobriu que o Santa Cruz tinha uma torcida diferente. "Apesar da má fase, a torcida não abandonou o time. Chegou a colocar 60 mil no Arruda. Nosso menor público na Série D era de 25, 30 mil. Não tem pra Flamengo, Corinthians, Inter, Cruzeiro... a torcida do Santinha não tem igual no mundo."
Grafite: amigo e ídolo
Atualmente comentarista do canal SporTV, Grafite teve duas boas passagens pelo Santa Cruz, marcando 47 gols e levantando duas taças. Catatau é um dos muitos fãs que o ex-atacante deixou no clube. "O Grafite é um cara muito simples, ajuda todo mundo, sem exceção. Ele costumava trazer chuteiras para os jogadores das categorias de base. Respeito muito o Grafite. Foi um grande amigo que fiz aqui."
Grafite, aliás, é parte do time que Catatau considera como um dos melhores que viu no seu Santinha.
"Aquele time de 2016, que caiu para a Série B, era muito bom. Tinha Grafite, Keno, Léo Moura e mais um monte de gente boa. Foi uma pena não ter ficado na Série A."
Em 2017 catatau recebeu uma homenagem de um grupo de torcedores!
Na história do Santa Cruz existem vários jogadores que são referências de certas épocas. Desde o saudoso Lacraia até Grafite, foram muitos ídolos. Mas nesses 105 anos de existência do Clube do Povo, há uma figura que não se destaca dentro das quatro linhas, mas sim pelos serviços prestados ao Tricolor e por ser considerado um mito da torcida Coral. Estamos falando de Catatau. Em reconhecimento à sua importância, história e por ser “a cara do Santa”, o massagista foi homenageado por um grupo de torcedores corais.
O grupo de torcedores confeccionou uma bandeira com a imagem de Catatau correndo, à beira do gramado. A representação em pintura é um simbolismo da maior marca dele.
“Quando Catatau sai naquela alta velocidade para chamar um reserva a mando do treinador durante um jogo, é um espetáculo a parte no Arruda. E isso carrega toda uma simbologia. Todo mundo conhece a figura de Catatau. Ele não é do Santa, ele é o Santa”, diz Ewerton Albuquerque, um dos organizadores da homenagem.
Catatau vive trabalha no Santa Cruz há 25 anos. Ele se disse estar emocionado com a homenagem. “O Santa Cruz é mesmo que o corpo da gente. É a razão, explosão e emoção. Dá até vontade de chorar. Fico muito agradecido por esse reconhecimento”, comenta.
Amor que não se troca
Durante o bate-papo com o grupo de torcedores que fez a bandeira de ‘Catatau, o mito”, o massagista contou que já chegou a rejeitar propostas de clubes grandes do Brasil, como o Corinthians, e de um clube Árabe que ele diz não lembrar o nome. Tudo isso para continuar no Santa Cruz. Além de funcionário do Clube Coral, Catatau também é enfermeiro em hospitais do Recife.
Catatau, no Santa Cruz comenta 1998/1999
Para nós, foi como a abertura do mar vermelho. O bom é que nós temos os barbudos no elenco, a turma chama Danny Morais de Moisés (risos). Mas foi uma trajetória muito importante. E você só tem a dimensão disto, do que o clube está passando, ao ver a torcida nas ruas, na festa do acesso. Aquela quantidade de motos, aquele mar de gente. Por isso digo para que, para nós, foi a abertura do mar vermelho. Só precisa adicionar o preto e branco.
Ao todo nos últimos 25 anos Catatau participou de:
6 títulos Pernambucano
2005/2011/2012/2013/2015/2016
1 Título da copa do Nordeste
2016
1 título Brasileiro da 3 divisão
2013
4 copas Pernambuco
2008/2009/2010/2012
Taça Chico Science
2016
Taça Asa Branca
2017
5 acessos no clube
1999/2005/2011/2013/2015
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